terça-feira, 27 de julho de 2010

Inconstância;


Um palavra não tão complexa de se escrever, tem um significado simples, mas é capaz de destruir grandes fortalezas, capaz de corroer cada um por dentro, pouco a pouco.
Nunca um homem será totalmente bom, nunca será totalmente mau, não haverá criatura sobre essa terra capaz de ser uma coisa só por toda sua existência .
Entre o pecado e a virtude, a fugacidade do presente e a ânsia pela salvação.
Sim, tais antíteses fazem parte do drama da inconstância. A luta interior, as divisões de personalidade, as alternâncias de humor e de objetivo, bem como a insegurança e as mudanças abruptas provocadas pela guerra do dia a dia, em que a realidade parece se contorcer sobre si mesma, transformando a vida do protagonista numa infindável sucessão de alterações de curso. Mas não só. Há um brilho especial na inconstância, no verdadeiro caos, nas volutas de equívoco que engolfam o seu protagonista. Ele pode oscilar entre a alegria e a tristeza, a luxúria e o isolamento, a liberdade e a prisão, o amor e a misoginia, a busca da santidade e a pilhagem, mas está sempre imbuído de sinceridade, de certa leveza e de propósitos que, bons ou maus, nos seduzem mas servem para impulsioná-lo a novas aventuras, agarrado à vida, sem jamais conceder às dúvidas e aos temores aquela propriedade da angústia quase absoluta que domina os heróis da literatura moderna. Trata-se de um homem que alcança a mais refinada forma de sabedoria: consegue rir dos acontecimentos e, principalmente, de si mesmo.



/Olivroquenaotinhanome;

Um comentário:

  1. Interessante, mas realmente somos temos a dualidade em nossa essência...

    Fique com Deus, menina Carol C. Verde.
    Um abraço.

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